terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cordel 1 - A História da Luta de Classes (Jaddson Luiz)

                                     
                                      A história da humanidade
É marcada por um fato
A triste luta de classes
Que não é só um boato.
A força dos dominantes
Promove crimes constantes
Pelo roubo e assassinato.

Opressores e oprimidos
Vivem sempre a se enfrentar
Numa luta tão constante
Sem ter hora pra acabar.
O pobre subjugado
No trabalho explorado
Não pode nem reclamar.

Por isso em nossa história
Os conflitos permanecem
Enquanto a elite explora
Os pobres são quem perecem.
Sugados até o extremo
Eu só de pensar me tremo!
Nem chances lhes oferecem.
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Na Roma antiga, nós temos
Os plebeus e os patrícios
Enquanto uns detém direitos
Os outros nem benefícios
Não detém poder político
Num regime parasítico.
Pros plebeus só os suplícios.

Homens livres e escravos
Do Egito à Mesopotâmia
Eram da triste rotina
Desta social infâmia.
Como na mitologia
Perseguidos noite e dia
Feitos crianças, por Lâmia.

Lâmia era um grande monstro
Com o corpo de serpente
Com cabeça de mulher
E de fome bem latente.
Que perseguia crianças
Pondo fim às esperanças
De futuro vivo e ardente.
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Mas a opressão transcende
Mesmo as classes sociais
Tem a opressão de gênero
Erros substanciais
Que até na mitologia
Encontrou apologia
Pra violências reais.

Vivo na Idade Média
Um imaginário feroz
De Lâmia, chamou mulheres
Em alta e firme voz
Para queimar em fogueiras
Justificando asneiras
De um pensamento atroz.

Também na Idade Média
Com horror eu observo
Poder do senhor feudal
Exercido contra o servo.
E este que trabalhava
Até imposto pagava
Sistema injusto e perverso.
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Mas nesta luta de classes
A história já nos conta
Que contradições se acirram
E a mudança então desponta
Acabando com as classes
Dando início a novas fases
Novos sonhos, nova luta.

E por isso em nosso tempo
Do poder do capital
Novas classes se apresentam
Nova exploração real.
Pros patrões só a riqueza
Enquanto impera a pobreza
Neste mundo desigual.

Cabe, agora, perceber
Onde você se agasalha
O que come e o que veste
E onde você trabalha.
Faça jus a sua classe
Viva como se tornasse
Seu sofrimento em navalha.
                FIM