terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Cordel 2 - A colonização do Brasil e a Luta de Classes (Jaddson Luiz)




No ano de 1500
Os portugueses chegaram
Nas terras desconhecidas
Pra eles que acreditavam
Existir só o seu mundo
Um erro rude e profundo
Logo eles constataram.

Chegaram em caravelas
Na ânsia do explorar
As terras desconhecidas
Do outro lado do mar
Das grandes navegações
Vieram as explorações
A face do saquear.

Chegaram colonizando
Os povos que aqui viviam
Dizendo que pros nativos
As leis nunca existiram
“Um povo sem fé, nem rei
Precisa viver na lei”
Era o que eles diziam.
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Queriam chegar às Índias
É o que hoje alegam
No entanto aqui chegaram
E esse fato nunca negam
Mesmo que os holandeses
Assim como os franceses
Só por pouco não nos levam.

Primeiro o Pau-Brasil
Trouxe a marca da rapina.
Esses povos pouco a pouco
Padeceram na chacina.
Foram escravizados, mortos
Entre planos sujos, tortos
Delirante toxina.

Por ser um povo guerreiro
Não se entregou sem luta
Foram presos, mas fugiram
Resistindo a força bruta
Pelos rios se libertaram
Nas florestas se embrenharam
Com força, fé e labuta.
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Porém não só os colonos
Perseguiram os nativos
Também tinham as irmandades
Que ao invés de homicídios
Obrigaram esses povos
A viverem ritos novos
Pra cultura um “genocídio”.

Jesuítas, carmelitas
Capuchinhos, franciscanos
Eram as tais irmandades
Que implementaram planos
De doutrinar o nativo
Deixando ele cativo
Lhes causando grandes danos.

Alegando que o nativo
Não tinha religião
Fizeram aldeamentos
Pro nativo uma ilusão.
Porém mesmo sem correntes
E nem mortes deprimentes
Padeciam na prisão.
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Nesses tais aldeamentos
Outra fé lhes ensinaram
E o culto a floresta
Os católicos negaram
Ensinando a crer em santos
Sob a face de outros mantos
Dos ancestrais se afastaram.

A fé se juntou ao Estado
Restringindo a liberdade
Que surge do livre-arbítrio
Presente na cristandade.
O sonho da fé do amor
Não pode, por força, impor
A fé da sua verdade.

E com isso boto um ponto
Num fato que não findou
Já que a força violenta
No Brasil tanto marcou
Com sangue a nossa história
Cheia de dor na memória
Gana que escravizou.
                FIM

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cordel 1 - A História da Luta de Classes (Jaddson Luiz)

                                     
                                      A história da humanidade
É marcada por um fato
A triste luta de classes
Que não é só um boato.
A força dos dominantes
Promove crimes constantes
Pelo roubo e assassinato.

Opressores e oprimidos
Vivem sempre a se enfrentar
Numa luta tão constante
Sem ter hora pra acabar.
O pobre subjugado
No trabalho explorado
Não pode nem reclamar.

Por isso em nossa história
Os conflitos permanecem
Enquanto a elite explora
Os pobres são quem perecem.
Sugados até o extremo
Eu só de pensar me tremo!
Nem chances lhes oferecem.
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Na Roma antiga, nós temos
Os plebeus e os patrícios
Enquanto uns detém direitos
Os outros nem benefícios
Não detém poder político
Num regime parasítico.
Pros plebeus só os suplícios.

Homens livres e escravos
Do Egito à Mesopotâmia
Eram da triste rotina
Desta social infâmia.
Como na mitologia
Perseguidos noite e dia
Feitos crianças, por Lâmia.

Lâmia era um grande monstro
Com o corpo de serpente
Com cabeça de mulher
E de fome bem latente.
Que perseguia crianças
Pondo fim às esperanças
De futuro vivo e ardente.
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Mas a opressão transcende
Mesmo as classes sociais
Tem a opressão de gênero
Erros substanciais
Que até na mitologia
Encontrou apologia
Pra violências reais.

Vivo na Idade Média
Um imaginário feroz
De Lâmia, chamou mulheres
Em alta e firme voz
Para queimar em fogueiras
Justificando asneiras
De um pensamento atroz.

Também na Idade Média
Com horror eu observo
Poder do senhor feudal
Exercido contra o servo.
E este que trabalhava
Até imposto pagava
Sistema injusto e perverso.
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Mas nesta luta de classes
A história já nos conta
Que contradições se acirram
E a mudança então desponta
Acabando com as classes
Dando início a novas fases
Novos sonhos, nova luta.

E por isso em nosso tempo
Do poder do capital
Novas classes se apresentam
Nova exploração real.
Pros patrões só a riqueza
Enquanto impera a pobreza
Neste mundo desigual.

Cabe, agora, perceber
Onde você se agasalha
O que come e o que veste
E onde você trabalha.
Faça jus a sua classe
Viva como se tornasse
Seu sofrimento em navalha.
                FIM